39. UMA TEXUGA FESTIVA
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
❛ uma texuga festiva ❜
— PANSY! — Deanna acenou para ela, sorrindo enquanto se dirigia aos quatro sonserinos, que também sorriram ao vê-la.
— Ora, olhe aqui, a pequena texuga decidiu nos agraciar com sua presença. — Blaise se levantou, elevando-se sobre ela.
— Quem você está chamando de pequena? — Deanna fez beicinho e tentou ficar na ponta dos pés, mas não conseguiu e caiu de bunda. Os quatro sonserinos riram, fazendo Deanna fazer beicinho ainda mais.
— Você está ficando cada vez menor a cada dia... — Theo entrou na brincadeira.
— Ou talvez estejamos apenas crescendo e você não. — o comentário de Pansy fez os quatro rirem ainda mais.
— Idiotas. — Deanna murmurou baixinho, cruzando os braços.
— Ah, pare com isso, ok? — Daphne tentou repreender os três que ainda estavam rindo, embora ela também não conseguisse controlar o riso. — Você é adorável demais, Deanna.
— Hey. — Pansy franziu a testa, não satisfeita com isso. Deanna sorriu vitoriosamente, mostrando a língua para Pansy, e os cinco continuaram falando sobre relacionamentos e seus dias.
— Draco tem agido estranhamente ultimamente. — Theo comentou com uma carranca. Deanna e Pansy imediatamente trocaram olhares. Todas sabiam que Draco era um Comensal da Morte e que ele estava fazendo algo, mas nenhum deles sabia qual era sua missão.
— Por quê? O que ele andou fazendo? — Daphne perguntou a ele.
— Ele sai com essas duas garotas, fazendo Merlin sabe o quê. — Blaise suspirou e balançou a cabeça. Deanna se lembrou do que Harry disse sobre Malfoy. Ele estava visitando a Sala Precisa, e Crabbe e Goyle estavam tomando a Poção Polissuco para agirem como garotas.
Mas ela não deveria estar se concentrando em Malfoy agora. Ela deveria estar focando toda sua atenção em tirar a memória de Slughorn. Dumbledore a lembrou que eles não teriam nenhuma aula até que ela e Harry tirassem a memória dele, então sim, eles estavam ficando mais pressionados conforme os dias passavam, e não ajudava que ele estivesse tentando evitar o assunto toda vez que ele e Deanna conversavam.
— Bem, Merlin sabe o que está fazendo, mas talvez ele só queira ter seus encontros em paz. — Pansy disse, fazendo-os rir com sucesso e desviando o assunto de Draco Malfoy. Ela e Deanna compartilharam um sorriso secreto, sabendo que escaparam de uma bala.
Enquanto conversavam e mudavam de assunto, Deanna não conseguia deixar de se preocupar. Draco Malfoy ficaria bem? Ela sabia que, acontecesse o que acontecesse, a missão não deveria ser realizada, mas Voldemort... Ela só esperava que eles pudessem encontrar uma maneira de tudo dar certo para todos. Mesmo que fosse difícil, ela tentaria o seu melhor para salvar Draco Malfoy do caminho escuro traçado para ele.
─────⋅☾ ☽⋅─────•
Deanna andava de um lado para o outro em seu quarto, olhando para o relógio de vez em quando enquanto Fawkes a observava curiosamente com a cabeça inclinada. Já era meia-noite, e Deanna estava apenas esperando os passos de seu pai para que ela finalmente fosse para a cozinha onde Hermione Granger a esperava.
As duas planejaram se encontrar meia hora depois da meia-noite, e Deanna queria chegar lá primeiro para preparar o lanche favorito de Hermione, um pouco de Pão Panera... Ela ia pedir ajuda aos elfos domésticos... Eles iam conseguir, e ela iria torcer por eles enquanto fizessem isso.
Finalmente, o som dos passos de seu pai chegou, e Deanna sorriu para Fawkes animadamente. — Nem uma palavra, tudo bem, Fawkes. Vamos manter isso em segredo entre nós.
Fawkes apenas soltou um grito que Deanna interpretou como sua concordância. Ela lhe deu um beijo no topo da cabeça antes de abrir a porta cuidadosamente e descer as escadas na ponta dos pés, sem fazer barulho enquanto descia. Quando abriu a porta do escritório, ela sabia que era seguro e rapidamente desceu.
— Senhorita Dumbledore? — a gárgula perguntou quando Deanna saiu. — O que você está fazendo acordada tão tarde?
Deanna xingou mentalmente por esquecer da gárgula antes de sorrir o mais inocentemente que pôde. — Bom, por favor. Só quero pegar uns cachorros-quentes e já volto. Por favor, não conte isso ao meu pai.
A gárgula apenas riu disso. — Tudo bem então, eu sei o quão estressante a escola deve ser, senhorita. Vá em frente então.
— Obrigada! — Deanna sussurrou para ele, usando os atalhos que conhecia para chegar rapidamente à cozinha. Ela fez cócegas na pêra e entrou com confiança. Seus olhos se arregalaram ao ver que Hermione já estava lá com os pratos na mesa.
— Ei, querida. — Hermione se levantou, andando até Deanna que agora estava fazendo beicinho. — Por que você está fazendo beicinho como um bebê?
— Eu queria chegar aqui primeiro e preparar alguma coisa. — Deanna envolveu os braços em volta da cintura de Hermione, enterrando o rosto no pescoço dela. — Você é uma namorada adorável, e estamos juntos há 3 meses, mas não conseguimos ir a um encontro de verdade.
Hermione corou com as palavras de Deanna, e sorriu suavemente, beijando a testa de Deanna. — Não precisamos ir a um encontro de verdade. Cada momento que passo com você é precioso o suficiente. Esses três meses que estamos juntas são mais do que suficientes. Eu só... G-gosto tanto de você, Deanna Dumbledore.
Deanna notou o deslize e se perguntou do que se tratava, mas o lindo sorriso no rosto de Hermione a fez esquecer disso, e naturalmente, ela sorriu de volta. — Eu gosto muito mais de você, Hermione Granger.
Hermione sorriu e puxou-a para a mesa onde a comida estava esperando. — Acho que eles se aqueceram comigo. — ela sorriu para os elfos domésticos que estavam limpando e fazendo o que quer que estivessem fazendo nas cozinhas.
— Quem não se aqueceria com você? — Deanna falou com a boca cheia de comida. — Você mesmo é calor.
— Pare com isso. — Hermione deu um tapa leve em seu ombro, suas bochechas levemente vermelhas. — Mas se não fosse por você, eles não seriam tão gentis comigo.
— Tudo o que eles precisam é de gentileza. — Deanna sorriu para os elfos domésticos que finalmente estavam descansando. — Eles podem não entender ainda exatamente quais direitos eles têm, mas agora, tudo o que eles precisam é de gentileza, e nós podemos trabalhar nisso lentamente a partir daí.
Hermione virou seu olhar para Deanna e não conseguiu evitar que seu sorriso se alargasse. — Você é incrível.
Deanna corou e empurrou seu prato acabado, abraçando Hermione e descansando sua cabeça no ombro de Hermione. — Eu quero ser uma Professora aqui um dia.
— Sério? Qual classe? — Hermione entrelaçou os dedos.
— Talvez, Poções ou Defesa Contra as Artes das Trevas?
— Você se sairá bem em ambas. Você é um gênio em Poções e tem talento natural em Defesa Contra as Artes das Trevas. — Hermione se moveu levemente para colocar a cabeça de Deanna em seu colo, passando as mãos pelos cabelos de Deanna.
Deanna fechou os olhos ao sentir os dedos relaxantes de Hermione em seu cabelo. — E você, amor? Ainda quer trabalhar no Ministério?
— S-sim. — Hermione falou mesmo que seu coração estivesse batendo forte contra seu peito com Deanna de repente chamando-a de amor. — Eu quero melhorar o status dos elfos domésticos e mudar o Ministério.
— É, eles estão sendo estúpidos agora. — Deanna murmurou.
Hermione riu disso. — De fato. Eles estão cegos como estiveram no ano passado. É por isso que eu quero mudar isso.
Deanna sorriu suavemente, seus olhos ainda fechados. — Estou ansiosa pelo futuro então.
— Por que?
— Eu posso ver meu futuro. — Deanna abriu os olhos, ainda com aquele sorriso suave que era só para Hermione. — Teremos três filhos, e nos sentaremos perto do fogo. Contaremos a eles sobre nossas histórias quando éramos jovens, e quando eles estiverem dormindo, falaremos sobre nossos empregos e viveremos felizes pelo resto de nossas vidas. Não parece legal?
Hermione sorriu de volta para ela com o mesmo carinho e gentileza. Ela se inclinou e deu um beijo suave e casto nos lábios de Deanna. — Parece perfeito, mas você tem que fazer seu teste de Aparatação primeiro, querida.
Deanna fez beicinho com isso. Como Hermione faria seu teste de Aparatação em breve, ela continuou provocando Deanna porque ela não poderia fazer o teste até 11 de novembro, quando ela se tornaria maior de idade.
No entanto, apesar de Deanna não poder fazer o teste, uma coisa era certa: Deanna e Hermione viam um futuro uma na outra, e elas tinham a promessa de que fariam de tudo para que esse futuro acontecesse.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
— Oh, Rubeus. — Deanna deu um abraço no meio-gigante assim que ele abriu a porta. Apesar da tentativa frustrada com Slughorn antes, ela correu imediatamente para Hagrid assim que ouviu a notícia. Era tarde, e ela poderia ter uma detenção, mas Deanna não se importava. Seu amigo precisava dela, e ela tinha que estar lá. — Eu sinto muito.
— Deanna. — Hagrid gritou no ombro de Deanna, segurando-a com força. Ele sabia que somente Deanna poderia entendê-lo naquele momento. Ela era a única que tinha conseguido se tornar amiga de Aragog além dele, até mesmo o visitando em momentos em que a Acromântula estava doente.
— Ele vai descansar agora, Ruby. — Deanna sussurrou confortavelmente. Suas palavras não dariam muito conforto porque perder um amigo era perder uma família. Hagrid estava sentindo a mesma coisa que ela estava sentindo quando ela retornou. Descobrir que todos tinham ido embora a doeu muito. Aragog tinha sido um dos primeiros amigos de Hagrid, e ela só podia dizer a ele que ela entendia e que ela estaria lá...
— E-ele vai ficar bem, Dee? Ele vai ficar bem lá em cima? — Hagrid perguntou trêmulo, ainda segurando Deanna como se soltá-la a fizesse ir embora.
— Ele vai, Ruby. — Deanna sorriu suavemente, enxugando as lágrimas que escorriam por suas bochechas. — Ele está feliz agora, observando você de cima, e eu sei que eles vão cuidar bem dele. Vamos agora, ok?
Deanna apoiou Hagrid o máximo que pôde, e os dois foram até a colina onde Fang estava esperando com o corpo de Aragog. Ela se abaixou e deu um tapinha em Fang antes de suspirar e dar um tapinha na cabeça de Aragog como fez na vez em que se tornaram amigos. — Descanse bem, Aragog. Descanse bem.
— A barba de Merlin. Isso é uma Acromântula de verdade? — a voz familiar de Horace Slughorn fez Deanna se levantar, e ela ficou surpresa ao ver Harry com ele. — Deanna?
— Olá, Professor. — Deanna sorriu levemente para ele e gesticulou para Aragog. — Sim... Uma Acromântula que morreu recentemente.
— Meu Deus. Meu caro amigo, como você conseguiu matá-lo? — Slughorn perguntou ao ainda triste Hagrid.
— O que você está fazendo aqui? — Deanna sussurrou para Harry.
— Felix. — Harry sorriu para ela. Deanna sorriu para isso, enviando-lhe um polegar para cima.
— Matá-lo? Ele era meu amigo mais antigo. — Hagrid disse incrédulo.
— Sinto muito, eu não...
— Não se preocupe, você não está sozinho. — Hagrid rapidamente dispensou, dando outra fungada. — As aranhas são criaturas seriamente incompreendidas. São os olhos, eu acho. Eles enervam algumas pessoas.
— Sem mencionar as pinças. — Harry estalou a língua, imitando as pinças das aranhas.
— É, acho que sim também. — Hagrid fungou mais uma vez, tentando conter as lágrimas.
— Mas elas têm boas teias, Ruby. — Deanna tentou confortá-lo e pareceu funcionar porque um pequeno sorriso surgiu no rosto de Hagrid.
— Hagrid, a última coisa que eu quero é ser indelicado. — disse Slughorn. — Mas o veneno acromantular é incomumente raro. Você me permitiria extrair um frasco ou dois? Puramente para propósitos acadêmicos, você entende.
— Bem, acho que isso não vai lhe fazer muito bem agora, não é? — Hagrid respondeu trêmulo.
Exatamente o que pensei. — Slughorn foi até o corpo de Aragog, tirando um frasco do casaco. — Sempre tenho uma ampola ou duas comigo para ocasiões como essa. Hábito do Velho Mestre de Poções, sabia?
— Gostaria que você o tivesse visto em seu auge. — Hagrid enxugou as lágrimas. — Magnífico, ele era. Simplesmente magnífico.
Slughorn acidentalmente arrancou uma das pernas de Aragog. — Oh, céus. — ele voltou para seu lugar ao lado de Hagrid, o frasco de volta em seu casaco. — Você gostaria que eu dissesse algumas palavras?
— Sim. — Hagrid pegou Deanna como uma boneca, dando-lhe um abraço apertado e enterrando o rosto em suas costas. Harry e Slughorn pareceram surpresos com aquela ação repentina, mas Deanna apenas deu um tapinha nos braços de Hagrid, já acostumada a ele carregá-la.
— Ele tinha uma família, eu acredito? — Slughorn perguntou.
— Ah, sim. — Harry respondeu, a lembrança do segundo ano o assombrando mais uma vez.
Slughorn juntou as mãos. — Adeus...
— Aragog. — Hagrid resmungou.
— Aragog. — repetiu, falando em tom sombrio. — Adeus, Aragog, rei dos aracnídeos. Seu corpo irá decair, mas seu espírito permanece. E seus amigos humanos encontram consolo na perda que sofreram.
Fang soltou um último gemido enquanto todos lamentavam a perda de Aragog.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
Deanna e Harry sentaram-se lado a lado, sorrindo enquanto Slughorn e Harry cantavam bêbados. Quando terminaram, Deanna e Harry os aplaudiram.
— Eu o tive de um ovo, sabia? — Hagrid disse enquanto Slughorn tomava outro gole de sua cerveja. — Ele era uma coisinha minúscula quando nasceu. Não maior que um pequinês. Um pequinês, veja bem.
— Que fofo. Uma vez eu tive um peixe. Francis. — Slughorn sorriu bêbado. — Ele era muito querido para mim. Uma tarde eu desci as escadas, e ele tinha desaparecido. Puf.
Hagrid franziu a testa diante disso. — Isso é muito estranho, não é?
— É, não é? — Slughorn soltou um suspiro. — Mas é a vida, eu acho. Você vai junto e então, de repente, puf!"
— Puf. — Hagrid repetiu, com os olhos um pouco zangados por causa de todo o álcool que havia bebido.
— Puf. — Harry repetiu baixinho.
— Puf. — Deanna também repetiu, observando Hagrid se recostar e cair no sono, fazendo ela e Harry sorrirem.
— Foi um aluno que me deu Francis. — Slughorn sorriu para os dois alunos à sua frente. — Em uma tarde de primavera, descobri uma tigela na minha mesa com apenas alguns centímetros de água limpa. E flutuando na superfície havia uma pétala de flor. Enquanto eu observava, ela afundou. Pouco antes de chegar ao fundo, ela se transformou em um peixinho. Era uma linda magia. Maravilhoso de se ver. A pétala da flor veio de um lírio. Sua mãe.
Harry respirou fundo e Deanna imediatamente apertou sua mão para confortá-lo.
— O dia em que desci... — Slughorn engoliu em seco, seus olhos um pouco marejados. — O dia em que a tigela ficou vazia foi o dia em que sua mãe... Eu sei por que você está aqui. Mas não posso ajudá-lo. Isso me arruinaria.
— Você sabe por que eu sobrevivi, professor? Na noite em que eu ganhei isso? — Harry apontou para a cicatriz de raio em sua testa. — Por causa dela. Porque ela se sacrificou. Porque ela se recusou a se afastar. Porque o amor dela era mais poderoso que Voldemort.
— Não diga o nome dele.
— Professor. — Deanna falou firmemente, um pequeno sorriso no rosto. — Não temos medo do nome dele. Não temos medo dele. Olha, Harry... Harry é o escolhido, e só ele pode terminar esta guerra. Ainda não sei qual é meu papel nesta guerra, mas para vencer contra ele, precisamos dessa memória... Precisamos saber o que ele lhe perguntou e o que você lhe disse.
Deanna caminhou até ele, segurando suas mãos e olhando para ele apenas com sinceridade e súplica. — Estou ausente há 50 anos, perdi 50 anos da minha vida por causa dele, que eu amava. Muitas pessoas morreram e sofreram por causa dele, você incluído. Você não está cansado de ter que andar pelas ruas com medo de ser o próximo alvo?
— Seja corajoso, professor. — Harry implorou. — Seja corajoso como minha mãe. Como Deanna. Senão, você as desonra. Senão, ela morreu por nada. Senão, a tigela permanecerá vazia para sempre.
Slughorn olhou para seus dois alunos, engolindo em seco e tirando sua varinha do casaco. — Por favor, não pense mal de mim quando vir isso. Você não tem ideia de como ele era, mesmo naquela época. — ele fechou os olhos, a memória saindo de sua cabeça, e dessa vez não parecia a adulterada. Era prateada como todas as outras memórias.
— Eu disse que não quero que você pense mal de mim. — Slughorn disse a Deanna, entregando-lhe o frasco de sua memória. — Sinto muito por desapontá-la, Deanna.
— Eu nunca pensarei mal de você, Professor. — Deanna sorriu levemente, dando um tapinha em sua mão. — Para mim, você sempre será o Mestre de Poções Horace Slughorn. Isso nunca mudará.
Slughorn deu-lhe um último sorriso, uma lágrima caiu de seus olhos antes de dar um suspiro profundo e adormecer.
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